Caminhos literários

Contardo Calligaris faz um relato sobre a biblioteca de seu pai. Nela, destaca-se a presença de um catálogo, ao contrário de sua própria biblioteca. O narrador expressa dificuldades em encontrar livros e revela a prática de comprar repetidamente exemplares perdidos.

O relato então se volta para um episódio de infância, quando o narrador frequentava uma escola pública na Itália. Ele recorda ter provocado seu pai sobre a ausência na missa de Páscoa, desencadeando uma reflexão sobre a importância da religião em sua vida.

A narrativa avança para uma lição valiosa do pai sobre livros e estantes. Calligaria utiliza a metáfora dos buracos nas estantes para ensinar que alguns livros são escritos para preenchê-los, enquanto outros são feitos para preservar esses vazios. A Bíblia é apresentada como um exemplo.

A reação do psicanalista ao uso da Bíblia para preencher um espaço leva a implicações subsequentes com as Bíblias protestantes. Ele decide ler a Bíblia em latim como um ato de protesto.

Nascido em Milão, na Itália, em 2 de junho de 1948, Contardo Luigi Calligaris teve o primeiro contato com o Brasil em 1986, quando veio dar palestras sobre seu primeiro livro de psicanálise, Hipótese sobre o fantasma.

Posteriormente, acabou fixando residência no País. Publicou diversos livros, incluindo romances e uma peça teatral. Também criou a série de televisão intitulada Psi, exibida no canal a cabo HBO.

Sua obra ficou marcada por uma constante reflexão sobre a existência humana, passando por temas como a felicidade, as relações, o sexo e a sexualidade, as angústias contemporâneas, o sentido da vida e a arte.

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