Postado em set. de 2024
Governança
Identidade Nacional
Como podemos definir a identidade de uma nação que, como um organismo vivo, não para de mudar? Tentativas de defini-la de forma fixa são limitadas. Clique no vídeo e saiba mais.
Leïla Slimani critica a criação do Ministério da Imigração e Identidade Nacional na França durante o governo Sarkozy (2007-2012), considerando o debate sobre o que é "ser francês" fútil e perigoso. Ela alerta que tentar definir uma identidade nacional pode excluir em vez de integrar. Após os ataques de 2015 em Paris, Slimani observou a crescente pressão sobre os muçulmanos para se distanciarem do terrorismo e provarem lealdade à França, revelando divisões.
Ela rejeita a proposta de retirar a cidadania de indivíduos com dupla nacionalidade, argumentando que essa desconfiança dos que têm identidades múltiplas é prejudicial. Para Slimani, viver entre culturas é uma riqueza, permitindo que essas pessoas atuem como pontes de diálogo e compreensão.
Leïla Slimani é uma expoente da nova literatura francófona e foi, em 2016, vencedora do Prêmio Goncourt, um dos mais prestigiados de língua francesa. Graduada em Estudos Midiáticos, atuou como jornalista para a revista Jeune Afrique e, após ser presa ao cobrir a Primavera Árabe, iniciou o projeto de um romance.
Com a orientação do editor e romancista Jean-Marie Laclavetine, ela publicou em 2014 Dans le Jardin de l’Ogre, que conta a história de uma ninfomaníaca. O livro recebeu excelentes críticas e foi um dos finalistas do Prêmio de Flore na França. Impactada com o caso real da babá que matou duas crianças em Nova York, iniciou a produção de um novo romance. Canção de ninar, publicado na França em 2016 e no Brasil em 2018, vendeu mais de 600 mil exemplares em 36 países e teve os seus direitos vendidos para o cinema.
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Leïla Slimani
Escritora e jornalista