Reflexões sobre a crise climática e a vida na terra

Marcelo Gleiser ressalta que o maior risco que enfrentamos atualmente é o das mudanças climáticas, que já estão em andamento, sendo muito mais grave que outros riscos globais. Ele questiona como podemos conciliar o desenvolvimento da máquina industrial, que depende da exploração da terra, dos animais e das florestas, com a preservação da natureza.

Embora a humanidade tenha alcançado grande sucesso em sua expansão, Gleiser lembra que somos recém-chegados ao planeta, comparando nossa existência com um relógio de 24 horas, em que aparecemos apenas nos últimos segundos. Ele reforça que eventos como pandemias, erupções vulcânicas e terremotos demonstram que não estamos acima da natureza, e que somos parte de uma biosfera interdependente.

Gleiser explica que todas as formas de vida na Terra são descendentes de uma bactéria primordial, evidenciando nossa profunda conexão genética com cogumelos, plantas e animais. Ele enfatiza que o nosso código genético carrega a história dessa evolução biológica.

Por fim, ele destaca a importância de entendermos que fazemos parte integral do universo. Cada um de nós carrega, em nosso corpo, a história completa do universo, sendo matéria viva conectada ao cosmos.

Primeiro latino-americano contemplado com o Prêmio Templeton, conhecido como “Nobel da espiritualidade”, o físico teórico brasileiro Marcelo Gleiser é pós-doutor pelo King’s College de Londres, pelo Fermilab de Chicago e pela Universidade da Califórnia. Publicou os best-sellers A harmonia do mundo, A dança do universo e O fim da Terra e do Céu.

Professor do Dartmouth College há mais de 30 anos, já foi premiado e recebeu bolsas de pesquisa da Casa Branca, CNPq, CBL, NASA, National Science Foundation e OTAN. É membro da Sociedade Internacional de Ciência e Religião e da Sociedade Americana de Física. Há três décadas vem divulgando a ciência pela mídia no Brasil e no mundo: atualmente é colunista da National Public Radio (NPR) e conselheiro editorial da National Geographic. Foi colunista do jornal Folha de S. Paulo e apresentou os quadros “Poeira das Estrelas” e “Mundos Invisíveis” no programa Fantástico, da Rede Globo.

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