Lydia Cacho
Ativista de direitos humanos.
Considerada pela Time Magazine e pelo jornal The Guardian a jornalista mais corajosa da América Latina, sobreviveu a vários atentados contra a sua vida, conviveu com escoltas armadas durante sete anos e hoje está em deslocamento forçado na Espanha porque, graças às suas reportagens, uma rede de traficantes de crianças no México foi inclusa na lista vermelha da Interpol em todo o mundo.
Nascida na capital mexicana, viveu em Paris, estudando na Sorbonne e trabalhando como empregada doméstica. Aos 23 anos, começou a escrever para jornais de Cancún sobre arte e cultura. Entretanto, inspirada pelo feminismo de sua mãe, uma imigrante franco-portuguesa, logo começou a investigar e expor a violência contra as mulheres do seu país.
Seu livro Los Demonios del Edén (2004) denunciou vários empresários e políticos mexicanos envolvidos com uma rede de pedofilia. A obra a levou a ser sequestrada por 48 horas, sofrendo tortura e ameaças de morte.
Foi honrada com mais de 64 premiações internacionais por seu trabalho jornalístico. Em 2007, recebeu o Ginetta Sagan da Anistia Internacional e o Prêmio Coragem no Jornalismo da IWMF (International Women’s Media Foundation). A jornalista também foi homenageada com o Prêmio Mundial da Liberdade de Imprensa Guillermo Cano, da Unesco, e com a Medalha Wallenberg, da Universidade de Michigan.
Ativista, fundou o centro de atendimento às mulheres e seus filhos vítimas de violência em Cancún. Treinou casas de acolhimento de mulheres e colaborou na elaboração de leis contra o tráfico de seres humanos, pornografia infantil e violência contra mulheres no México, Guatemala, Colômbia, República Dominicana, Bolívia, Espanha, Afeganistão e Nicarágua.
Seus 23 livros foram traduzidos em mais de 15 idiomas, e três de seus best-sellers tornaram-se livros didáticos universitários em vários países da América Latina. Memórias de uma Infâmia (2012), única obra lançada no Brasil, retrata a conspiração entre o governo do México e empresários para silenciar a jornalista após o lançamento de Los Demonios del Edén.
Como se não bastasse construir um dos maiores currículos jornalísticos do planeta, também dirigiu e apresentou a minissérie educativa sobre ética na infância Somos Valientes (2018) e foi produtora e roteirista da série documental Peace Peace Now Now (2021), ambas da Apple TV.