A inutilidade necessária de Rosa Montero

A inutilidade necessária de Rosa Montero

Conferência da escritora e jornalista espanhola está disponível online para quem participa da 17ª Temporada do Fronteiras do Pensamento

“Fazemos arte porque essa é a única maneira de nos reunirmos com nossas emoções”, conclui Rosa Montero na conferência que abriu a Temporada 2023 do Fronteiras do Pensamento, em São Paulo, dia 30 de maio. 

A escritora espanhola cita Fernando Pessoa que afirmou ser o poeta um "fingidor". Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente”. Segundo Rosa, é preciso revestir a dor em arte para que possamos compreendê-la.

“Temos que passá-la (a dor) por um personagem, um poema ou uma nota que nos emocione. Temos que passá-la pela arte”, afirma.

Foi na infância que Rosa Monteiro começou a escrever, após uma tuberculose. Ali não nascia, mas despertava uma escritora que, acredita ela, existe em todos nós. “Todos somos romancistas de um só romance que é a nossa vida”, explica.

O que chamamos de realidade, aliás, foi por muitos anos a única matéria-prima da autora. Aos 17 anos, Rosa Montero cursou filosofia, mas trocou o curso pelo jornalismo (1969), profissão que exerce até hoje nas páginas do diário El País.

Depois passou a entrelaçar realidade e ficção com genialidade. Com A louca da casa (2003) recebeu o Prêmio Grinzane Cavour de literatura estrangeira e o Prêmio Qué Leer para o melhor livro espanhol, distinção que também foi atribuída, em 2006, a História do rei transparente (2005). Em 2017, o conjunto de sua obra foi reconhecido pelo Prêmio Nacional das Letras Espanholas.

A conferencista também se apresentou em Porto Alegre, no dia 31 de maio. A a conferência de São Paulo estará disponível na plataforma do evento, apenas para quem adquiriu um dos pacotes de ingressos do Fronteiras. Não perca essa chance!