Postado em jun. de 2023

Mulheres Inspiradoras | Ativismo e Causas Humanitárias

Que eu seja a última

A ganhadora do Prêmio Nobel conta sua história de sobrevivência e luta.


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Nadia Murad, reconhecida pela Time uma das 100 mulheres mais influentes do Mundo e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, esteve no palco do Fronteiras do Pensamento 2023.

Sua conferência emocionou a plateia com o seu relato e sua fala. “Você pode pensar que o que acontece com o povo iazidi não te afeta, mas a desigualdade e as regiões desestabilizadas afetam a todos”

A ativista iraquiana que passou três meses sob cativeiro do Estado Islâmico (EI) diz que sua luta ainda não acabou. "Cada momento era uma eternidade na prisão", compartilhou em sua conferência em São Paulo no dia 19 de junho. Apesar do EI ter sido vencido, ainda há mais de duas mil mulheres e crianças da sua etnia que estão desaparecidas.

Nadia Murad pertence ao grupo étnico Iazidi, localizado no norte do Iraque, que segue uma fé sincrética, mesclando elementos do cristianismo, islamismo e ligada ao zoroastrismo. Essa religião despertou a hostilidade dos radicais do EI.

Em 2014, o EI ocupou a área de Sinjar, perto da fronteira do Iraque com a Síria. Os residentes da aldeia onde Nadia residia foram massacrados por se recusarem a converter ao islamismo.

Depois de fugir do seu cativeiro e para combater esse tipo de abordagem, Nadia criou o Código Murad, um guia de procedimentos que instrui pessoas ligadas ao atendimento a refugiados, como lidar com essa situação tão delicada que é a experiência que ela viveu. “Luto para que eu seja a última”, afirma.

Além do código, a Nadia’s Initiative – organização liderada por ela – coordena mais de 100 projetos em benefício do seu povo e de outras comunidades, vítimas da mesma violência.

A conferencista também se apresentou em Porto Alegre, no dia 21 de junho. A conferência de São Paulo está disponível na plataforma do evento, apenas para quem adquiriu um dos pacotes de ingressos do Fronteiras. 

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Nadia Murad

Nadia Murad

Ativista iraquiana

Prêmio Nobel da Paz em 2018, essa ativista fez da própria história de prisioneira do Estado Islâmico uma luta contra o uso da violência sexual em guerras e conflitos armados.
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