Nadia Murad

Ativista iraquiana na defesa dos Direitos Humanos que, ao lado do médico Denis Mukwege, recebeu Prêmio Nobel da Paz em 2018, concentra seus esforços na conscientização de grandes lideranças internacionais para pôr fim ao uso da violência sexual em guerras e conflitos armados.

Aos 21 anos, Nadia foi sequestrada e passou três meses sob jugo do grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Os horrores que viveu, descritos no livro Que eu seja a última (2017), foram o combustível para sua luta, como embaixadora da Boa Vontade da ONU.

Nadia Murad é uma iazidi, povo que ocupa territórios ao norte do Iraque e pratica uma religião sincrética, com elementos do cristianismo e do islamismo e conexão com o zoroastrismo. Essa crença despertou a ira dos radicais do EI.

Em 2014, o Estado Islâmico invadiu a região de Sinjar, perto da fronteira iraquiana com a Síria. Os habitantes do vilarejo onde Nadia vivia foram dizimados, pois se recusaram à conversão ao islamismo. Os homens foram mortos e os meninos enviados a campos de treinamento do EI. Os extremistas mataram todas as mulheres acima de 45 anos. As jovens sobreviventes terminaram, como Nadia, submetidas ao tráfico humano.

Depois da fuga, Nadia dedicou a vida à luta pelos Direitos Humanos e à defesa do seu povo. Além do Nobel, a ativista recebeu o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento; Prêmio Václav Havel do Conselho da Europa para os Direitos Humanos; Prêmio Clinton Global Citizen; Prêmio Hillary Clinton para o avanço das mulheres na paz e na segurança, entre outros.

Considerada pela revista Time uma das 100 pessoas mais influentes do Planeta, a ativista lidera a Nadia’s Initiative, organização dedicada a lutar por um mundo onde as mulheres possam viver em paz e onde as comunidades que sofreram traumas e sofrimento sejam apoiadas e reconstruídas.

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