Rushkoff e a importância de nossa humanidade

Postado em set. de 2023

Sociedade | Internet e Redes Sociais

Rushkoff e a importância de nossa humanidade

A temporada 2023 do Fronteiras do Pensamento nos presenteou com um grupo de palestrantes de alto impacto.


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A cada palestra, mais ideias, reflexões, possibilidades, e menos certezas. Afinal, o que é a ciência senão a busca contínua por entendimentos que se renova sempre a partir de novas perguntas?

A próxima palestra tem esse sentido para mim. 


Douglas Rushkoff é um dos grandes autores que discute tecnologia, digitalidades e humanidade em nosso tempo. Seus livros trazem para a pauta debates que muitas vezes são deixados de lado e as questões que ele propõe nos ajudam a pensar em caminhos possíveis. Sua compreensão nos ajuda a pensar em cenários, em alternativas para um futuro que não é fechado: se renova nas potenciais decisões que tomamos e na ambiguidade que temos enquanto humanos.


Além de ter cunhado termos como mídias viral e moeda social. Rushkoff tem trazido para a pauta um debate constante sobre os perigos e também o papel da tecnologia nos dias de hoje. Um dos precursores do debate sobre as redes, Rushkoff promove uma discussão sobre nosso afastamento da realidade. Na visão do autor, de modo simplificado, podemos compreender as redes como espaços de manobra de nossa humanidade, buscando nos colocar em padrões pré-estabelecidos e que podem facilitar o processo de construção do que de fato somos para boa parte das organizações: consumidores de produtos padronizados.


Dentre os temas fundamentais sobre os quais escreve, dois são de maior importância para mim: a compreensão de que a humanidade é um jogo coletivo, e a necessidade de reocuparmos a realidade. 


Essas duas ideias possuem conexões fundamentais: quando compreendermos que dependemos uns dos outros, que somos maiores quando reconhecemos as diferenças, que temos mais potência quando abrimos nosso olhar para além das bolhas que vivemos, que nos complementamos, provavelmente vamos perceber que precisamos conviver. E para conviver, precisamos aterrisar no mundo que conhecemos e que em alguma medida deixamos de lado. O planeta que habitamos, onde costumávamos encontrar espaços para o debate, para a conversa. Um lugar onde a torre dava lugar a praça e o espaço público era priorizado para o pleno exercício de nossa capacidade de interagir socialmente, uns com os outros. Hoje, nos afastamos desse lugar e mesmo que parece que temos mais acesso aquelas pessoas que estão fisicamente distante de nós, promovemos o distanciamento real, o afastamento daqueles que podem nos incomodar, questionar, trazer algo que nos faz pensar.


Essa perspectiva está presente em diferentes palestras e livros de Douglas Rushkoff e provavelmente estará em sua fala nas palestras do Fronteiras do Pensamento. Mas pode ser diferente. O mais importante é participarmos de momentos como esse com a mente aberta, buscando novas possibilidades.


Gustavo Borba

*Para compreender melhor a perspectiva do autor, vale a leitura do livro Equipe Humana, lançado recentemente no Brasil pela Bookman.

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Douglas Rushkoff

Douglas Rushkoff

Autor e documentarista norte-americano

Considerado pelo MIT um dos dez intelectuais mais influentes do mundo, é uma das principais vozes na aplicação da mídia digital para a justiça social e econômica
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