Rafael Yuste

Considerado pela revista Nature um dos cinco cientistas mais influentes do mundo, foi um dos criadores do projeto BRAIN (Brain Research Through Advancing Innovative Neurotechnologies), pesquisa encampada pelo presidente Barack Obama, em 2013, com investimentos na casa de US$ 1,6 bilhão. A iniciativa, envolvendo cientistas do mundo todo, pretende decifrar o cérebro humano e seus circuitos para encontrar origens, causas e caminhos para o tratamento de males como depressão, epilepsia, Alzheimer e Parkinson.

Rafael Yuste é diretor do Centro de Neurotecnologia da Universidade de Columbia, onde leciona Ciências Biológicas e Neurociências. O cientista também contribui com projetos na União Europeia, China, Japão, Austrália, Coreia do Sul, Canadá, Austrália e Israel para a formação do IBI (Iniciativa Internacional do Cérebro).

Yuste liderou o grupo Morningside, responsável por propostas no campo dos direitos humanos, para proteger os cidadãos diante de ameaças neurotecnológicas. São os chamados neurorights, que já impactaram organizações como OEA, ONU e UNESCO e alteraram legislações no Chile, na Espanha e na Argentina.

Seus estudos são voltados para a compreensão da estrutura e a função do córtex cerebral, fisiopatologia da epilepsia e das doenças mentais. Foi o pioneiro no desenvolvimento de técnicas de imagiologia, fotoestimulação e optogenética.

Entre as hipóteses levantadas em suas pesquisas está a possibilidade de cada cérebro projetar uma realidade virtual, mostrando o que cada um vê, de forma distinta e absolutamente individual. “Talvez o cérebro gere um mundo virtual, que é a realidade que cada um de nós vê. Quando estamos dormindo, essa máquina está desconectada da realidade; e, quando estamos acordados, amarramos com nossos sentidos essa simulação de realidade virtual”, supõe.

Esse neurocientista foi reconhecido com os prêmios do Presidente da Câmara de Nova York, da Society for Neuroscience, dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA e o Prêmio de Liderança Global Tällberg/Eliasson.

Yuste defende a ideia do uso de tecnologias de forma humanizada. “Estou convencido de que o progresso é bom. E quanto mais a humanidade conhece a si mesma e quanto mais conhecemos sobre o cérebro, mais livre seremos”, afirma.

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