“A ecologia atravessa todas as correntes políticas”

Postado em set. de 2022

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“A ecologia atravessa todas as correntes políticas”

O filósofo francês defende que a ecologia é a solução para os desafios modernos. E que o que nos basta é ir atrás de uma de suas correntes. A sua preferida é o ecomodernismo, a qual detalha.


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Luc Ferry, um dos filósofos franceses mais lidos da atualidade, ocupou os palcos do Fronteiras do Pensamento nesta semana. Segunda, 19, no Teatro Claro, em São Paulo, e, ontem, 21, na Casa da Ospa, em Porto Alegre. Começou sua conferência detalhando as 7 correntes modernas da ecologia. E deu atenção à sétima, a qual defende: o ecomodernismo.

Detalhou-a a partir de 3 principais ideias contidas no Manifesto Ecomodernista, que recomendou a procura pelo documento de 50 páginas, traduzidos em muitos idiomas e de fácil acesso na Internet: ✔O desacoplamento, prega a separação das atividades poluentes e do estímulo às biodiversidades, e o estímulo de vivências da população entre elas; ✔A reorganização das cidades, onde as pessoas não demorassem mais de 15 minutos para se deslocarem, a pé ou de bicicleta, para todos os locais que precisassem;✔E a economia circular, em que se pressupõe que tudo é reciclado pela natureza, nada vira lixo. 

O filósofo, que há 15 anos fez a primeira conferência do projeto, em Porto Alegre, voltou para refletirmos sore o tema de seu novo livro Les setp écologies – ainda não publicado no Brasil – que projeta uma visão de mundo em que a humanidade se reconcilia consigo mesma e com o planeta. Nele, defende uma alternativa ecomodernista bem mais otimista em contraponto à ecologia punitiva. Em seu discurso e obra, cultua a sabedoria e a boa vida. Para o filósofo, “os pessimistas têm nostalgia do mundo antigo, mas ele era atroz”.

Esta é a forma que Luc Ferry vive e ensina a viver a sua filosofia. Segundo ele, a ecologia se inscreve nisso: faz parte do bem-estar. Todo mundo quer a saúde, a felicidade.O ecomodernismo é realmente o futuro. É otimismo com lastro, factível. Segundo Ferry, a ecologia política mudou muito. Ganhou espaço em todos os setores da sociedade e assumiu importância filosófica e política em todos os países ocidentais, ultrapassando os limites das ideologias e partidos políticos.

Em sua nova obra Les setp écologies, ele apresenta uma nova visão, afirmando que a ecologia política, em vez de estruturada em apenas duas grandes correntes (ecologia rasa e profunda) como nos anos 70 e 80, hoje há sete opções fundamentais. Sete visões de mundo que se opõem, às vezes radicalmente, ainda que se unam pela constatação de que o mundo vai mal, que está se deteriorando e que uma resposta forte se tornou necessária.

Quando falamos em ecologia, ainda vem à mente duas coisas distintas: a necessidade urgente de cuidar do planeta e o posicionamento radical de esquerda dos anos 70 e 80. Isso mudou muito e, por uma questão de urgência e necessidade, a ecologia transita em todas as linhas de pensamento político e filosófico nos dias de hoje. Mas isso não significa que o pensamento sobre esse tema seja homogêneo entre todos os grupos. Ferry nos apresenta, no livro, 7 faces da ecologia política contemporânea, passando por visões que vão do colapso do planeta ao ecomodernismo e economia circular, entremeados por alarmismos, ecofeminismo e até veganismo. Ele as retomou, brevemente, durante a sua conferência. 

Para quem não pode presenciar sua vinda ao Brasil. Sua conferência estará disponível, para assinantes, na plataforma on-line, a partir do dia 30 de setembro. Para quem ainda não é assinante, vale acessar o link do banner abaixo, e se inscrever! 

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Luc Ferry

Luc Ferry

Escritor francês

Um dos filósofos franceses mais lidos da atualidade, é reconhecido por obras que trouxeram a filosofia de volta ao cotidiano, como o best-seller Aprender a viver.
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