Fronteiras Educação debate cultura contemporânea com jovens de escolas públicas de Porto Alegre

Postado em nov. de 2014

Educação | Cultura

Fronteiras Educação debate cultura contemporânea com jovens de escolas públicas de Porto Alegre

Terceira aula do Fronteiras Educação 2014 debate a cultura contemporânea com 1.300 alunos a partir da sexta série do ensino fundamental no Salão de Atos da UFRGS


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Desde 2010, o Fronteiras Educação reúne, a cada edição, jovens e professores de escolas públicas de Porto Alegre para discutir termas-chave para a contemporaneidade. Nesta segunda-feira (17/11), alunos e professores encontraram-se com o escritor Fabrício Carpinejar, a professora de História Joana Bosak e o professor de Artes Visuais Eduardo Veras para debater a Cultura Contemporânea.

Nesta edição, os jovens foram saudados pela Orquestra Villa-Lobos, formada por alunos da escola municipal de Porto Alegre Heitor Villa-Lobos, coordenados e regidos pela professora Cecília Rheingantz Silveira.

Onde está a cultura contemporânea? Essa foi a pergunta feita aos alunos que participaram do evento. Bosak apresentou uma linha do tempo sobre a evolução da arte, desde Lascaux, passando por Cimabue, Van Eick, Renoir, Cézanne até Pollock e Hirst. Já o professor Eduardo Veras falou sobre o contemporâneo e apresentou obras conhecidas, como Mona Lisa, de Da Vinci, e Garota com bandolim, de Pablo Picasso.

"Como vivemos em um mundo globalizado, as mudanças são cada vez mais aceleradas, as distâncias menores, e as diferenças cada vez mais possíveis. Por isso, o multiculturalismo tenta nos ensinar a conviver pacificamente, sem deixar de lado a possibilidade de termos nossas ideias e de nos expressamos para alterar nosso cotidiano e os das pessoas com as quais vivemos", apontou Carpinejar.

No debate, os professores colocaram aos jovens questões como: "como fazer com que todas as manifestações culturais de hoje convivam harmoniosamente?" e "como garantir espaço para todas as diferentes religiões e práticas culturais mantendo a nossa identidade?". "Mas a cultura nunca se expressou somente através da imagem: a dança, a poesia, a música, a literatura e o cinema vão se somando às expressões típicas da nossa era, aquelas que vão desmaterializando as próprias imagens em informação, como fazem todas as expressões digitais ou que misturam arte com sentimentos confusos da vida humana nas cidades cada vez mais violentas, poluídas, cinzentas e habitadas. O grafite, a pichação e o hip-hop são resultados dessas sensações conflitantes", disse Veras.

Para Bosak, a invenção da escrita, do teatro, da arte como a conhecemos hoje – com o Renascimento –, e depois com chegada da imprensa, da máquina fotográfica e da internet, alteraram a maneira como nos relacionamos com a cultura e com a nossa própria vida. Um exemplo disso, é a obra de Cildo Meirelles, artista plástico carioca que distribuía suas mensagens políticas por meio de garrafas de Coca-Cola durante o período da ditadura militar brasileira.

A arte contemporânea se apropriou de tantos elementos de nossa cultura que muitas vezes é tarefa difícil identificar o que pode ser classificado como "arte". Em função disso, só nos resta participar de seu jogo, já que a arte "refina a sensibilidade e estimula a insatisfação que mantém viva a própria vida", como diz o escritor Mario Vargas Llosa em um dos vídeos do fronteiras.com. Em outro vídeo, o sociólogo Michel Maffesoli explica o porquê de termos prazer pelas expressões artísticas, em especial pela imagem: com ela retornamos à fantasia, remagificamos a vida – ou seja, tentamos transformar nossa sobrevivência em obra de arte.

A terceira edição de 2014 do Diálogos com a Geração Z tem o patrocínio da Petrobras e a parceria cultural da UFRGS e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Assista a vídeos sobre a questão:
- Mario Vargas Llosa - É necessário que a arte exista
- Richard Serra - Os artistas salvam o mundo da banalidade
- Simon Schama - Qual a função da arte?
- Michel Maffesoli - O reencantamento do mundo

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