Luc Ferry fala sobre o mundo do trabalho

Filósofo francês, reconhecido por obras que trouxeram a filosofia de volta ao cotidiano, autor de mais de 70 livros, traduzidos para mais de 45 idiomas, Luc Ferry vê as modificações impostas pela Pandemia no mundo do trabalho como um marco para o comportamento do homem contemporâneo.

Sob o tema, As forças que moldam o futuro do trabalho, o pensador participa no próximo dia 30 de agosto, do Fronteiras Fortaleza. O evento no Teatro do Shopping RioMar terá a moderação da psicanalista Maria Homem, uma das intelectuais mais influentes do País, autora de obras como, Coisa de menina? e Lupa da alma.

Em entrevista ao jornal Zero Hora, Ferry afirmou que o surgimento do teletrabalho, a partir de aplicativos como o Zoom e o Google Meet, deu origem a um movimento que, só nos EUA, em 2021, levou 38 milhões de pessoas a deixar seus empregos  “porque estavam cansados de perder a vida... para ganhá-la!”

Segundo o filósofo, três novas exigências passaram a fazer parte desse universo. A primeira diz respeito ao “sentido” do que se faz,  que pode ser mais importante do que a própria renda. A segunda é sobre a liberdade e autonomia na gestão do tempo, aproximando a vida profissional e privada. E, finalmente, a utilidade social do trabalho.

Ferry entende que, após a pandemia, o homem passou a fazer as questões qualitativas prevalecerem em relação ao lado quantitativo das atividades profissionais. “Quando falamos das ‘dificuldades do trabalho’, não é mais apenas uma questão de desgaste físico, mas de ausência de sentido, responsabilidade, autonomia e liberdade”, afirma.

Mesmo assim, ainda segundo Ferry, é importante lembrar “que esses pré-requisitos não são os mesmos para um jovem graduado em uma grande universidade, que pode ser mais exigente, e para um desempregado de 45 anos que procura desesperadamente uma forma de sustentar sua família”.