Maratona Fronteiras marca lançamento da Temporada 2021

O Fronteiras do Pensamento realizou a Maratona Fronteiras, evento inédito e totalmente on-line que marcou o lançamento da Temporada de Conferências 2021: Era da Reconexão. Três pensadores fizeram parte da programação: o escritor norte-americano Andrew Solomon, a artista sérvia de performance Marina Abramović e o filósofo materialista francês André Comte-Sponville. Com transmissão ao vivo e debates com convidados, a mediação da Maratona Fronteiras foi do jornalista Pablo Ribeiro e contou com mais de 15 mil inscritos. 

Marina Abramović abriu o evento relacionando infância e arte e falou sobre os aprendizados vinculados à arte performática: “Ao longo da minha vida nas performances, eu entendi que a coisa mais difícil de se fazer em performances é fazer e mostrar à plateia coisas das quais se tem vergonha. Mas essas são as duas forças, porque, quando se faz isso, torna-se vulnerável. Quando se torna vulnerável, cria-se confiança com o público, porque todos nós somos vulneráveis, todos nós temos três ou mais pessoas vivendo dentro de nós”.

Após a divulgação dos nomes da temporada e a abertura das vendas com desconto especial durante o evento, André Comte-Sponville foi o segundo pensador a falar. Estudioso do conceito de tempo filosófico, aceleração da vida e redes sociais, abordou assuntos como filosofia, ateísmo, felicidade e alegria: “Todos sonham com a alegria, mas ninguém sabe o que ela é e como atingi-la. Proponho uma definição. Antes de definir a alegria, definirei o que ela não é. Não se trata de um prazer constante, permanente e imutável. Chamo isso de felicidade. A felicidade não existe”. 

Especialista em saúde mental e depressão, Andrew Solomon enfatizou os aprendizados do momento de pandemia e o impacto do isolamento sobre a vida de todos e, especialmente, das crianças: “A escola concilia de forma engenhosa o aprendizado livresco e o desenvolvimento social. É muito bom ser amado por seus pais. Mas sem colegas a vida é chata, e oferecer apenas a parte dos livros parecia o mesmo que pedir a uma planta que crescesse sem ser regada”.