Postado em jul. de 2022
Arte
Uma tríade entre artes, música e debate público
Diversidade cultural marca volta do presencial na Temporada 2022.
Matéria publicada no Jornal Zero Hora, e no GZH, destaca que a volta do ciclo de palestras do Fronteiras do Pensamento ao formato presencial proporcionará uma experiência inédita: a formação de uma tríade cultural composta por Fronteiras, Bienal do Mercosul e Ospa, em Porto Alegre. Com o tema Tecnologias para a Vida, o evento deste ano terá sua estreia com a conferência do norte-americano Stuart Firestein e da brasileira Natalia Pasternak.
Serão disponibilizadas, na plataforma digital, para os assinantes, as seis conferências que serão realizadas unicamente on-line. Se você ainda não garantiu o seu pacote de ingressos, acesse o site e faça parte da Temporada 2022 - Tecnologias para a vida! Outros destaques da programação deste ano, você confere nesta matéria.
Depois de dois anos desde o agravamento sanitário em razão da covid-19, serão os encontros com a presença do público que reservarão esta nova convergência para os participantes, desafiados a refletir sobre um tema quase sequencial ao do último ano, que projetava o mundo pós-pandêmico. A parceria inédita teve seu início quando a equipe do Fronteiras foi visitar a Casa da Ospa no Centro Administrativo Fernando Ferrari (Av. Borges de Medeiros, 1.501), eleito o local onde serão realizadas as conferências de Porto Alegre neste ano. Com a proximidade da orquestra, o maestro Evandro Matté foi convidado a assumir a curadoria musical do evento. Para somar as artes visuais ao diálogo, a Bienal também foi acionada — e logo topou participar e irá levar uma instalação para o espaço. Uma das instalações é de Paulo Nelflidio, cuja foto ilustra esta matéria.
— Esta parceria mostra como diferentes iniciativas culturais podem trabalhar em conjunto. As linguagens da música e das artes visuais sempre fizeram parte do Fronteiras, e é uma honra poder trabalhar junto com a Ospa e a Bienal — destaca o curador do Fronteiras do Pensamento, Fernando Schüer.
Para a Ospa, a parceria vai muito além de sediar o evento. Matté conduzirá uma série de apresentações para abrir cada noite de conferência.
— Vamos fazer formações de duetos até quintetos com músicos da Ospa para tocar antes de cada palestra. O desafio é trazer obras que se relacionem com o pensamento ou a nacionalidade de cada conferencista — explica Matté.
Pluralidade
Pela Bienal do Mercosul, que neste ano realiza sua 13ª edição, os participantes do ciclo de palestras poderão conferir a instalação Experimento de Suspensão nº 1, de Paulo Nenflídio, atualmente em cartaz em São Paulo.
— A escolha foi pela natureza da obra. É uma pedra filosofal suspensa delicadamente por fios que a deixam flutuando. Algo como “tudo que é sólido desmancha no ar”. Essa contraposição entre gravidade, ciência, arte e realidade interessa ao campo filosófico — afirma curador, Marcello Dantas.
Nas noites de conferências, um mediador da equipe da Bienal estará disponível para facilitar o acesso entre obra e público, segundo Dantas. Além dos palestrantes, o Fronteiras também vai apresentar uma experiência multimídia: antes de cada ciclo, será possível conferir na entrada da Casa da Ospa um telão com trechos das conferências que marcaram a história do evento.
Não deve faltar material. Desde a primeira edição, em 2007, foram apresentadas algumas das maiores referências do debate público, como Michel Maffesoli, Michel Houellebecq, Edgar Morin, Orhan Pamuk, Richard Dawkins, Camille Paglia e Mario Vargas Llosa. Em 2022, das 12 conferências programadas, seis terão presença de público na Casa da Ospa, além de transmissão virtual; e outras seis serão transmitidas exclusivamente pela internet. Entre os convidados, estão o americano Steven Johnson e os franceses Luc Ferry e Élisabeth Roudinesco.