Postado em abr. de 2020
Sociedade | Cidades Inteligentes
Urbanização: Os problemas e as soluções das metrópoles
A Covid-19 nos faz refletir sobre aspectos da urbanização. As grandes cidades trazem soluções, mas também apresentam problemas. E como fica a alta concentração de pessoas durante uma pandemia?
Pense numa grande cidade, como Nova York, por exemplo. Uma megalópole que está presente em nosso imaginário e foi retratada em livros e filmes. A dinâmica, o agito, a efervescência cultural e econômica e, claro, a alta concentração de pessoas. Um cenário como este promove muitas soluções e inovações, pois a densidade é o que as faz serem potências econômicas, culturais e políticas. Mas também alerta para muitos problemas, como a sustentabilidade, o processo de gentrificação e o acesso universal a serviços básicos.
Nas últimas semanas, temos analisado também outra consequência: a alta disseminação de vírus e outras doenças altamente contagiosas. Os casos da Covid-19 se alastram e se proliferam mais rapidamente em áreas com grande concentração de pessoas.
Com uma população cada vez mais urbana, podemos e devemos discutir o papel das grandes cidades na economia, nas conquistas, nos benefícios e nos problemas do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (ONU), atualmente 55% da população mundial vive em áreas urbanas e a expectativa é de que esta proporção aumente para 70% até 2050.
Como as cidades podem assumir papeis mais ativos e contribuir em tempos de pandemia e dificuldades sociais e dos mercados? Este será um dos tópicos debatidos na temporada 2020 do Fronteiras do Pensamento, com o tema Reinvenção do humano. E já foi assunto de muitos conferencistas que se apresentaram no palco do projeto.
A socióloga urbana holandesa Saskia Sassen fala na possibilidade de criar novos tecidos urbanos, voltados às pessoas e não apenas às corporações:
“Estamos perdendo essa capacidade de fazer tecidos urbanos nas cidades. Mas essa história emergente, algumas boas ou ruins, algumas trágicas, mas com muitas possibilidades, deveriam ser vistas como já vimos no passado: como forças para a construção de novas cidades, e fugindo do controle corporativo, em vez de ficar acrescentando favelas"
Em entrevista exclusiva concedida ao Fronteiras, Sassen aborda temas como a utilização do espaço público, as manifestações civis e os efeitos da globalização nas cidades, nas relações de trabalho e nos modos de produção.
>> Assista à entrevista de Saskia Sassen ao Fronteiras.
Ao mesmo tempo, os fatores de alta concentração populacional e necessidade de isolamento social, por exemplo, nos abrem os olhos para questões como cooperação, individualismo e egoísmo. Estamos prontos para agir em nome do coletivo em um país como o Brasil? O filósofo francês Gilles Lipovetsky explica, em vídeo, a diferença dos conceitos de individualismo e egoísmo.
>> Assista ao vídeo de Gilles Lipovetsky no YouTube do Fronteiras.
Outro ponto importante é a questão da desigualdade social. Não apenas no tratamento de saúde que pessoas mais carentes receberão durante a pandemia, mas também sobre as condições de moradia, alimentação, saneamento e outros direitos básicos. Em entrevista exclusiva para o Fronteiras, o economista e urbanista colombiano Enrique Peñalosa fala sobre o processo de desenvolvimento das cidades, da necessidade de planejamento e de uma nova distribuição dos espaços.
>> Assista à entrevista de Enrique Peñalosa ao Fronteiras.
Um dos exemplos da transformação do cenário urbano aconteceu em Nova York, conduzida pela então Secretária de Transportes Janette Sadik-Khan. Em sua conferência no Fronteiras ela abordou como é possível construir cidades mais seguras e inteligentes.
>> Leia o resumo da conferência de Janette Sadik-Khan em 2015 no Fronteiras.
Este foi o conteúdo de mais uma edição da nossa newsletter especial, enviada sempre às quintas-feiras. Nosso debate, enquanto a temporada não inicia, continua por aqui e nas redes sociais do projeto.
>> Leia o conteúdo disponibilizado na terceira newsletter sobre o tema DEPRESSÃO.
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